quarta-feira, março 19, 2008

Pensar na morte como algo trágico e , às vezes, insuperável é dar atenção a nada mais que não nosso egoísmo.
Na cultura ocidental:
A morte dos outros representa a ausência, o vazio e a falta que a pessoa fará na vida de cada um. Este ponto de vista ou desmerece qualquer mérito que a pessoa tenha tido em sua vida, pártindo do princípio de que nada mais ela poderá fazer de útil já que está morta; ou enaltece todos os bons feitos, desmerecendo então toda e qualquer canalhice.

A morte de cada um tende a, pelo menos, duas opções: valorizar o que está acontecendo agora em nossas vidas e com as pessoas que amamos- levando muitas vezes as pessoas a tomarem atitudes insensatas-; ou cair em desespero,arrependimento do que de mal foi feito, quando não o que deixou de ser feito.

Quando se avalia a morte como um acontecimento inevitável, o que me vem a cabeça é a frase de Shakespeare: "What is done cannot be undone". De nada vale correr atrás do passado, ele não vai a lugar nenhum. E de tal fato muitos tiram proveito, como algumas religiões. Acho no mínimo, covardia usar-se do inevitável e 'inadiável' acontecimento de finitude da vida, a razão de existir a culpa.

Entretanto, apesar de todas as controvérsias que citam se as pessoas aceitam, não aceitam a morte, ou sequer pensam nessa; é evidente que a sociedade veja a morte como um acontecimento inevitável, porém, adiável. Como prova temos a percepção e preocupação de todas as faixas etárias com relação a como rumarão à sua morte, se de boa qualidade e extensa vida; ou se cheia de patologias e desconforto- deste modo prolongando o mal-estar e encurtando a vida.

domingo, março 16, 2008

Soldado Morto - Mv Bill

Tocou na rádio de madrugada...E olha que eu não gosto de rap, mas essa vale a pena.

http://letras.terra.com.br/mv-bill/81074/

http://www.youtube.com/watch?v=s0ZDIyex4vc

Leiam e ouçam.

sábado, março 15, 2008

O nascer e a vida.

Depois que meu sobrinho nasceu, eu -para variar- fiquei muito pensativa sobre a bizarrice que é ter filho.

Pense bem, analizando sob um ponto de vista extraterrestre, uma célula é formada a partir do encontro de dois líquidos com muitas outras meias-células. Então duas meias-células ao se encontrarem formam uma célula só (seria este o princípio ridículo da 'metade da laranja + outra metade da laranja = uma laranja feliz?)

Uma criatura que a princípio ninguém sabe se é um rato ou um coelho, se forma e cresce durante nove meses.
Se a mãe fumar, a criatura tb fuma; se a mãe beber, a criatura também bebe.
Depois de um certo tempo o serzinho começa a incomodar a mãe chutando-a e debatendo-se dentro dela.

Então, o filhote dá um chute fodástico, arrebenta tudo que o envolve (tá, nem tudo), é expelido pela vagina (por onde tb sai xixi e sangue). E se não conseguir ser expelido pela vagina, a barriga da mãe é rasgada e a criatura é tirada dali de dentro. E além de tudo o que a progenitora passou, ela ainda por cima morre de dor para tocar o ser fora de dentro de si. Depois de expelí-lo fica um mês menstruada ( rááá isso nunca te disseram no colégio né?), que de toda esta loucura é a maior injustiça da natureza.

Se o serzinho perder o contato com a mãe pelo fiozinho, e entrar em contato com o ar ele passa a viver.

E por estar vivo, chora. Porque a primeira sensação que se tem quando nasce é dor (os pulmões descolam).
Depois de nascido, algumas pessoas viram ele de todos os jeitos. Jogam uma luz nos olhos dele, colocam um negocio gelado no peito(estetoscópio), e o entregam para progenitora.

Isso é, no mínimo, bizarro.