terça-feira, agosto 28, 2007

Palavras

"Palavras não são más
Palavras não são quentes
Palavras são iguais sendo diferentes
Dizer o que se sente
Ouvir uma sentença
Palavras que se diz
Se diz e não se pensa"
(Titãs)

Seria realmente ótimo se sempre que nos arrependêssemos de alguma coisa pudéssmos voltar atrás e ter uma segunda chance não?
Mas não há lugar pior para se arrepender do que no mundo dos humanos. Você pode se arrepender no mundo das coisas; pode quebrar um vaso e tentar colar, ele não vai se magoar contigo. No entanto, você não pode destruir os sonhos de alguém e pensar que com cola tenaz conseguirá recuperar o que era antes. Você pode até tentar passar super-bonder, porém será em vão.
As palavras são tão frágeis. Tenho pena delas. Ninguém lembra exatamente quais palavras foram usadas para contar o que lhe foi dito, mas os vocábulos têm uma arma secreta, uma vingança terrível: a capacidade de provocar sentimentos. Sim! Você pode até não lembrar exatamente as palavras que lhe disseram quando te humilharam ou te desiludiram, mas o sentimento que tais frágeis expressões provocaram em ti jamais será esquecido.
E é esta a condição que não nos proporciona ter uma segunda chance no mundo dos humanos. Aquela velha história de falar menos do que ouvir é verdade, imagine quantas chances você poderia ter aproveitado se tivesse pensado antes de falar?Muitas, né? Mas não se preocupe, você não é o único a desperdiçar drásticamente as suas chances com o uso de palavras que ninguém se lmbrará direito. Mas que lhe sirva de lição, fale depois mas fale direito. Pense muito bem antes de dizer qualquer coisa que tenha um mínimo de chance de magoar até uma mosca.

terça-feira, agosto 21, 2007

Primavera

A um mês e dois dias da primavera, a estação da procriação desenfreada e dos casais exageradamente grudados, quase todos os blogs que visito estam infestados de paixão, declarações e melosices...
Sim, talvez eu seja uma mal amada revoltada com a felicidade à dois alheia, mas convenhamos, é incrível como a paixão faz os escritores digitarem textos uníssonos. É sempre a mesma coisa!
E que fique claro que isto não é uma crítica, apenas fiquei admirada com tal fato. Como pode um sentimento fazer com que de repente pessoas que nunca se viram, se leram ou sequer se falaram escrevam palavras parecidas, carregadas daquele açúcar insuportavelmente doce?

Então fico pensando em como seria terrível se todos vivêssemos de amor como tanta gente prega e almeja. Todos fariam as mesmas coisas, escreveríamos muito parecido e seríamos bem fechados porque quando se está amando, geralmente, não se quer saber de outras pessoas se não aquela que amamos...

Por isso eu estou feliz por não estar exatamente amando, e estar exatamente não sendo amada por homem algum, escrevo textos diferentes dos que estão circulando na vizinhança e isso faz de mim uma pessoa feliz que acabou de escrever um post exatamente inútil. =)

sexta-feira, agosto 17, 2007

Hoje eu entrei no meu orkut...nenhum scrap...email....nenhum email de alguém importante fora do círculo infeliz de orbigações....blog...nenhum comentario novo.

Aí fiquei olhando alguns sites de agendas das festas em POA porque graças a Deus eu tenho uma maig apra sair neste final de semana ( se ela nao sumir tb). Nada de muito produtivo.
Essa internet...eu fico me perguntando se quando as pessoas se falavam apenas por carta era assim também. Você se sente mio morta quando não ninguém te deixando qualquer mensagem. E sabe, isso é horrível. Não me refiro a sentir-se morta, pq seria óbvio demais, mas a depender da comunicação dos outros para se sentir vivo.
Então, como eu não tinha muito mais nada motivador para fazer fiquei aqui na biblioteca vadiando. E pensando " mas que porra de post é esse que você está escrevendo?"
E percebi que este post é horrível, ninguém vai comentar e será mais um post a me fazer sentir morta. Portanto, adios.

quarta-feira, agosto 08, 2007

A promessa e a fera

Após uma caminhada na manhã nublada e fria, chegou no prédio.
Forçando um sorriso para o porteiro, disse bom dia e correu para o elevador. Não parava de pensar naquela noite passada que teve quase tudo para ser perfeita e nem por isso ela estava feliz. Para seu azar o elevador pára no sétimo andar e entra um vizinho. Tudo que ela não queria ver: gente. "Bom dia!" ele disse. "Oi" a educação dela falou. "A festa foi boa, hein?" ele ousou se meter ignorando qualquer regra de privacidade da vida alheia. "¬¬" ela olhou dando um tapa na educação.

Ótimo! Décimo andar. Tuc tuc tuc tuc, os sapatinhos corriam, quase que voavam em direção a sua porta de casa.
Pronto...casa! Finalmente, casa!
Antes que conseguisse chavear a porta, sentou-se no chão. Foi inevitável que uma cascata de pensamentos tristes e lágrimas desesperadas começassem a surgir. Ela olhava para seu sapato tão lindo, sentia o perfume que passara antes de sair e por milagre durou a noite inteira. Lembrou-se de como se maquiara cuidadosa e meticulosamente, e agora era tudo espalhado por seu rosto.

Ah! Olhou o apartamento, suas coisas, e tudo que tinha conseguido para sentir-se feliz. E deveria realmente não estar chorando naquele momento. Poderia ser muito pior! Poderia estar morando na praça perto de seu prédio juntando lixo para sobreviver. Não...Chega destes pensamentos Pollyana. Não nesta mnhã! Seu altar foi brutalmente destruído. Em apenas 5 horas soltou da jaula uma das feras que mais lhe assombrava. Deu ouvidos às palavras sórdidas e promíscuas de um estranho, respeitando sua nova filosofia de vida de "conhecer pessoas novas e dizer sim á vida". Como ela pôde trair-se deste jeito? A fera agora estava a sua frente. Ela ainda sentada no chão, ainda com os sapatos lindos e dolorosos nos pés, sentindo-se a mais frágil das mulheres. O monstro a olhava com uma cara de revolta por e menina tê-lo prendido e esquecido dele. Ela não sabia o que fazer.
Lembrou-se de como consegue ver certa beleza em cada pessoa, perceber detalhes meigos e singelos de cada mulher.E, olhando para sua roupa, seus dedos finos de unhas bem feitas, seu cabelo brilhoso caído pelos ombros levantou-se.
Podia ter-se deixado desrespeitar naquela noite. Sim, tinha traído seu amor próprio, seu desafio e sua integridade. Mas por mais que prazeroso fosse estar com aquela fera, não a podia deixar sugar-lhe o sangue novamente. Não havia alegria que valesse pelas suas forças perdidas.

Levantou-se, com toda a classe de quem tem promessa e missão a ser cumprida, deu um empurrão na fera com seu belo sapato. Trancou e jogou a chave fora. Foi ao banheiro olhar seus olhos molhados e rosto de maquiagem borrada, que ela sempre achou muito sexy, mas não há sentido naquela triste beleza. Lavou os olhos, desceu do salto e subiu na cama.

terça-feira, agosto 07, 2007

Você não pode cair duas vezes seguidas


Eu pensei uma coisa bem ruim esses dias... Estava vendo uma destas mensagens de power point de auto-ajuda, daquelas bem ridículas com Ennya ao fundo que te fazem levantar da cadeira decidida a emagrecer 5 quilos, gabaritar as provas, sair para todas as festas, se dar valor e desprezar o último energúmeno que te fez sofrer e, finalmente, cortar o cabelo e pintá-lo.

Então, quando eu olhava os slides com fundo de praias maravilhosas que você definitivamente nunca vai ter dinheiro para conhecer,apareceu a frase "levante mais do que cai".
Sim!!! Isso estava escrito e eu quis processar o autor por desiludir tantas pessoas infelizes que liam aquilo, porque além de infelizes eram inteligentes e ficaram mais infelizes ,pois simplesmente é impossível você levantar mais do que cair! E o pior...você tem muito mais chance de cair e não levantar mais, do que de levantar e levantar. Estão entendendo? Você só, cai e levanta ou cai levanta e cai. Você nunca levanta duas vezes...e na sua vida inteira você pode no máximo levantar o mesmo número de vezes que caiu.

Seria muito mais esperto o autor ter escrito: Não caia! Proponha todo dia superar a gravidade e o destino cruel! Rsrs
ou colocar : Não fique triste se cair...você não pode cair duas vezes seguidas... a menos q cave um pouquinho.
Mas... Levante mais do que caia...

Eu sinceramente não sou muito boa para lógica; entretanto, acredito que minha idéia está certa.

Meu amor se mudou pra Lua

"Cai a tarde sobre os ombros
Da montanha onde me largo
O dia não foi!
A noite o que será?
Meus cabelos pela grama
E eu sem nem querer saber
Por onde começo
E onde vou parar?...

Na imensidão da manhã
Meu amor se mudou prá lua
Eu quis te ter como sou
Mas nem por isso ser sua...

Vou adiante como posso
Liberdade é do que gosto
O dia nasceu
Azul a sua forma
Já não quero mais ser posse
Fosse simples como fôsse
Um dia partir
Sem ganchos nem correntes...

Façamos um brinde
Façamos um brinde
À noite que já vai chegar
Façamos um brinde
Façamos um brinde
Ao vento que veio dançar..."
(Paula Toller)